Eles querem comandar as prefeituras nas cidades mais ricas de Santa Catarina

As eleições 2020, como qualquer evento de grande porte realizado este ano em todo o mundo, será impactada pela pandemia do coronavírus. A pandemia alterou o calendário brasileiro, que sempre ocorria em outubro, e este ano está marcada para 15 de novembro, para o 1º turno, e 29 de novembro, onde houver o 2º turno.

O coronavírus também mexeu com as pré-campanhas e convenções partidárias, praticamente todas ocorreram de forma online, em vídeo. 

As discussões para estender os mandatos ou adiar as eleições para 2021 não prosperaram, principalmente porque demandaria de uma alteração constitucional e que envolveria muitos interesses para ser votada em tempo tão exíguo.

Em Santa Catarina, 5,2 milhões de eleitores estão aptos a comparecer às urnas nos 295 municípios do estado. E os prazos já estão correndo. O tempo final para o pedido de registro de candidatura na Justiça Eleitoral, por exemplo, termina nesta semana, no sábado, 26. O início da propaganda eleitoral, incluindo ações na internet, será em 27 de setembro.

A Coluna Pelo Estado apurou quem são os candidatos a prefeito nas maiores economias do Estado: Joinville, Itajaí, Florianópolis, Blumenau, São José e Chapecó.

Joinville

Maior colégio eleitoral do estado, 15 partidos apresentaram candidatos a prefeito em Joinville. O atual prefeito Udo Döller (MDB) está no 2º mandato e não será candidato novamente. O mais provável é que a disputa mais acirrada seja entre um deputado estadual e um deputado federal.

Fernando Krelling é o deputado estadual e candidato do MDB. Ele foi o vereador mais votado em Joinville nas eleições de 2016, com 10.523 votos. Em 2018, quando se elegeu deputado estadual, Krelling fez 44.356, sendo 36.802 em Joinville. A aliança reúne PSB.

O PSD também vai disputar Joinville, colocando a à disposição do eleitor o deputado federal Darci de Matos. Ele foi vereador de 2000 a 2006 e presidente da Câmara de Vereadores de Joinville. Além disso, deputado estadual de 2006 a 2018. Em 2016, Darci perdeu a prefeitura de Joinville no 2º turno. Na eleição para deputado federal, em 2018, fez 68.130 votos no estado, sendo 22.717 em Joinville. O vice de Darci será Rodrigo Fachini (PSDB). A aliança reúne PSD, PSDB, PP e PL.

O PSL anunciou apoio a Fernando Krelling, mas voltou atrás e indicou o médico Dalmo Claro de Oliveira à Prefeitura. A mudança veio após o sim de Krelling ao impeachment de Carlos Moisés no Plenário da Alesc em 17 de setembro. O vice do PSL em Joinville ainda não foi definido. Dalmo foi secretário de Saúde no governo Raimundo Colombo, de 2011 a 2013.

A esquerda tinha pretensões de compor uma aliança em Joinville, mas a ideia não vingou. O PT lançou a candidatura de Chico Assis, com Antonia Grigol de vice. O único que apoia a causa é o PCdoB. Os demais partidos de esquerda lançaram seus candidatos. Assis foi vereador em Joinville, deputado estadual e federal. Ele foi o vice de Carlito Mers nas eleições de 2016, quando o PT fez 17.870 votos.

O PDT vem com o vereador James Schroeder na cabeça de chapa e Adilson Buzzi como vice. Schroeder está no 2º mandato como vereador em Joinville.

O PSOL definiu lançar Mayara Colzani, de 27 anos, como candidata a prefeita, ao lado de Chico Aviz, 22 anos, como vice. Os 94 filiados definiram, em votação online, se lançariam candidatura própria ou apoiaram a candidatura de Chico Assis: 67 escolheram a candidatura própria, 25 a coligação com o PT/PCdoB e dois se abstiveram.

O PSTU indicou o professor e ativista LGBT, Adriano Mesnerovicz à prefeitura, com Ricardo Lautert como vice.

O Cidadania terá a única mulher cabeça de chapa em Joinville, Tânia Eberhardt. Ela foi vereadora por dois mandatos, de 2004 a 2012. Também comandou a Secretaria da Saúde, entre 2013 e 2015.

O Podemos, cuja articulação estadual é liderada pelo ex-deputado federal Paulinho Bornhaunsen lançará Ivandro de Souza. Invandro foi secretário de Habitação em Joinville na década de 1990. 

Nelson Henrique Coelho, atual vice-prefeito de Joinville é outro disposto a comandar a prefeitura. Ele é candidato pelo Patriota.

O Avante vem com Anelísio Machado, empresário da Assessoritec. O partido vem de chapa pura, com Joacir Siqueira no cargo de vice.

O Novo aprovou no seu processo seletivo a candidatura do presidente da empresa farmacêutica Pharma, Adriano Bornschein Silva. Rejane Gambin é candidata a vice.

O PTC indicou Eduardo Zimmermann, mas ainda não divulgou vice.

O DC indicou Levi Rioschi.

O Republicanos oficializou a candidatura do advogado Marco Aurélio Marcucci

Itajaí

O atual prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, do MDB é candidato a reeleição, novamente formando chapa com o vice-prefeito Marcelo Sodré, PDT. Com longa trajetória política, Morastoni fundou o PT em Itajaí, onde foi duas vezes vereador e quatro vezes deputado estadual. 

Morastoni chegou a ser presidente da Alesc e assumiu, de forma interina, o governo de Santa Catarina, por treze dias, em 2003 e 2004, substituindo Luiz Henrique da Silveira. Nas eleições de 2016, derrotou Anna Carolina Cristofolini Martins (PSDB) com uma diferença de menos de mil votos. O emedebista fez 38.613 votos e a candidata tucana 37.824.

Um dos adversários de Morastoni vem justamente do PSDB. É o vereador Robison Coelho, que terá outro vereador candidato a vice, Pastor Lapa, do PSL. Na aliança, Patriota, Podemos, Progressistas, PSD e Republicanos.

Outro adversário do atual prefeito está no partido que ele mesmo fundou. É a chapa pura do PT, com João Vecchi candidato a prefeito e Márcia Souza, vice.

O Avante também vai de chapa pura, com Patrick Dauer, candidato a prefeito e Elias Ávila, como vice.

Outro candidato a prefeitura de Itajaí é do Solidariedade, que indicou Osvaldo Mafra.

Florianópolis

A disputa na capita é aberta. Gean Loureiro, agora no DEM, e de chapa renovada, é candidato à reeleição. O vice de Loureiro será Topázio Neto, do Republicanos, em uma aliança que terá o deputado federal Hélio Costa, mais votado em 2018, como cabo eleitoral de Gean em 2020.

Derrotada no 2º turno das eleições de 2016 por uma diferença de 1.153 votos, Angela Amin, do PP, também lançou candidatura . Ela contará com apoios de peso. O atual vice-prefeito, João Batista Nunes, do PSDB, acabou preterido na chapa de Gean e foi abraçado pelos Progressistas. Além disso, o PSL retirou a candidatura de Gonzalo Pereira para Angela.

A esquerda vai testar uma união de forças raríssima nas prefeituras brasileiras em 2020, em especial nas capitais: uma frente de esquerda. Elson Pereira, do PSOL, e Lino Peres, PT, são, respectivamente, candidatos a prefeito e vice em Florianópolis. A frente popular reúne, também, PDT, PCdoB, PSB, Rede, UP, PCLP e UCB.

O PL vem de chapa pura nas eleições 2020 da capital. O candidato é o vereador Pedrão, vereador em segundo mandato e o mais votado da história das eleições no legislativo da Capital, com 11.157 votos. Jovem e com uma atuação pautada pela transparência pública e eficiência na gestão, Pedrão terá como vice o empresário Eduardo Usuy.

O PRTB vai lançar a candidatura do advogado e líder do movimento “Vem pra Direita Floripa”, Alex Brasil. A chapa tem apoio do PTB, de Roberto Jeferson. O PRTB é o partido do vice-presidente do Brasil, Gen. Hamilton Mourão.

O PSTU lançará, novamente, a candidatura de Gabriela Santetti para a prefeitura, com Diogo Leal, como vice.

O Novo aprovou a candidatura de Orlando Silva Neto, com Luiz Barboza Neto no cargo de vice.

O Solidariedade oficializou a candidatura do médico Ricardo Camargo. Carmago foi vereador e tem como vice um dirigente nacional do PV, Guaraci Fagundes.

O Patriota lançará o empresário Helio Bairros como candidato a prefeito, com Edgar Lopes candidato a vice.

Blumenau

A eleição de Blumenau também está aberta. O atual prefeito Mário Hildebrandt é candidato à reeleição no Podemos, com apoio do MDB. Hildebrandt herdou o cargo do prefeito eleito em 2016, Napoleão Bernardes, que renunciou para concorrer como vice-governador na chapa de Mauro Mariani em 2018.

Entre os principais adversários de Hildebrandt, está o ex-prefeito João Paulo Kleinubing, no DEM. Com passagens pela Secretaria de Saúde do Estado, pela Câmara federal e Alesc, Kleinubing é forte candidato nesta disputa. EM 2018 foi candidato a vice-governador na chapa de Gelson Merísio. O candidato a vice-prefeito da chapa é o empresário Ronaldo Baumgarten Júnior, do PSD.

O deputado estadual mais votado de Santa Catarina em 2018, Ricardo Alba, também vai disputar a prefeitura de Blumenau, colocando em teste a força do PSL e do bolsonarismo no estado. Ele fez 36.373 votos na cidade quando se elegeu deputado. O vice-prefeito da chapa pura é o empresário Emil Chartouni.

Outro deputado estadual candidato a prefeito em blumenau é Ivan Naatz, do PL. Nas eleições de 2018 para deputado estadual, Naatz fez 14.685 votos, sendo 10.012 em Blumenau.

A articulação da frente de esquerda fracassou em Blumenau, resultando em diversas candidaturas neste campo.

O PT virá com Ana Paula Lima com Vanderlei de Oliveira como vice. Lima foi a primeira mulher a se eleger deputada estadual por Blumenau e exerceu quatro mandatos.  Também disputou a prefeitura em 2012, quando fez 53.903 votos. Em 2018, na eleição para deputado federal, fez 76.304 votos, sendo 14.330 em Blumenau.

João Natel, ex-reitor da Furb será candidato à prefeitura de Blumenau pelo PDT em chapa pura. A vice será uma mulher, Jussara Inácio.

O PCdoB vai a disputa com Mario Kato candidato à prefeito e Gianini Maria Morastoni como vice.

O PSOL, por sua vez, indicou a professora Georgia Faust, com Joel Rodrigo como vice.

O Cidadania lançou a candidatura da professora universitária Débora França Arenhart. A chapa é pura, com Gilberto Silva de vice.

O Novo indicou o ex-promotor de justiça, Odair Tramontin. O vice do Novo em Blumenau será o advogado Darci De Marco Debastiani.

O PRTB também tem candidato para a prefeitura de Blumenau: Jairo Santos. A convenção do partido definiu o empreendedor Fábio Alvacyr como vice.

O Avante indicou Wanderlei Laureth para a prefeitura, com a empresária Rosangela Vieira Cassenote para vice.

São José

Adeliana dal Pont não pode ser candidata à prefeitura de São José. Ela cederá a vez no partido, o PSD, para o mais antigo vereador em atividade no Brasil, Orvino Coelho de Ávila, que tem 11 mandatos na Câmara de Vereadores de São José, a qual preside atualmente. Ele terá o apoio do MDB, que indicou o vice na chapa, o vereador Michel Schlemper.

O PDT lançou o ex-secretário Moacir da Silva com Edson Fortuna, do PSOL, no cargo de vice. Cinco vezes secretário (Desenvolvimento Econômico, Finanças, Planejamento, Receita e Meio Ambiente) e com duas passagens pela Câmara, Moacir deve polarizar a disputa com discurso pelo fim da política de conchavos no município da Grande Florianópolis. 

Dois comunicadores também estão na disputa. O jornalista e ex-deputado estadual Roberto Salum, no Patriota, será um dos adversários na majoritária. Seu vice ainda não foi definido.

Outro comunicador é Luizinho, candidato do PSDB. Ele terá apoio do PP, que indicou o vice, Peduca.

A aliança entre PSL e Podemos tem filho de jornalista fortalecendo a chapa. O candidato à prefeitura de São José é Fernando Anselmo, pelo PSL, e o vice, Hélio Costa Júnior, filho do deputado federal Hélio Costa, pelo Podemos.

São José tem outras quatro candidaturas de chapa pura:

O PT indicou Ary Martins prefeito, com Wilson Taveira vice; o Novo indicou Thiago Paulo candidato à prefeitura, com Dayanne Borges como vice; o PL vem com Clonny Capistrano para prefeito e Sargento Canosi vice; o Republicanos quer Antonio Lemos prefeito e Juliana Cardoso Venâncio vice.

Candidatos a prefeito em Chapecó

Mais uma eleição de campo aberto, que deve ser bem polarizada entre direita e esquerda. O atual prefeito Luciano Buligon, do PSL, não pode ser candidato à reeleição. O partido do governador chegou a anunciar apoio à candidatura de João Rodrigues, do PSD, mas a executiva municipal conseguiu restabelecer a situação e anunciou chapa com Leonardo Granzotto como candidato a prefeito pelo Patriota tendo Vanusa Maggioni Cella, do PSL, como vice

 Rodrigues volta às urnas tentando ser prefeito de Chapecó novamente, cargo que exerceu de 2004 a 2010 e terá como vice o vereador Itamar Agnoletto, do PP. Compõem a aliança, ainda, DEM, PSC, PROS e PL.

A aposta do PSB no estado, em reconstrução, é Claudio Vignatti, que desembarcou do Partido dos Trabalhadores e será candidato à prefeitura de Chapecó. Vignatti foi vereador na cidade e deputado federal. A chapa tem outro nome forte do Oeste, Pedro Uczai, do PT, candidato a vice. Ele fez 18.443 votos, na cidade, nas eleições para deputado federal em 2018.

O MDB vai lançar o vereador Cleiton Fossá. O partido vem de chapa pura, com o empresário Giovani Balen como vice.

Antonio Valmor de Campos é o candidato à prefeitura de Chapecó do PSOL, com o estudante de Ciências Sociais Jefferson Kuszkowski como vice.

O Patriota ainda tem o nome de Leonardo Granzotto à Prefeitura de Chapecó, no entanto, o partido perdeu a vice indicada na convenção, que era do PSL.

O PTB oficializou a candidatura da professora universitária Luciane Stobe. O vice ainda não foi divulgado.

O PSDB indicou Marcio Sander, com o empresário João André Patussi para o cargo de vice.