Mapa de estratégias cruza informações sobre covid-19 em Santa Catarina

Um grupo de especialistas reunido pelo governo de Santa Catarina criou um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para apoiar as decisões durante a pandemia do novo coronavírus. Trata-se de um conjunto de mapas online, que cruza informações fundamentais nesse momento, como a vulnerabilidade da população catarinense à Covid-19, o número de leitos e de outros equipamentos hospitalares.

A ferramenta também mostra a quantidade de vagas em cemitérios, a localização de crematórios e a situação de contágio no sistema prisional no contexto da pandemia.

Os especialistas que pensaram e desenvolveram o sistema atuam na Epagri, na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável (SDE), no Núcleo de Inovação, Estudos Territoriais e Tecnologias Aplicadas (NIETTA), Corpo de Bombeiros, Ciasc, UFSC e Social Good Brasil. 

A Secretaria de Estado da Administração é quem opera o sistema. E a primeira versão está em uso em diferentes órgãos, como Defesa Civil, Vigilância Sanitária; Secretaria da Saúde, Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, além de entidades governamentais que solicitam as informações.

O acesso é restrito ao governo, pois contém dados sigilosos. Mas, com base nele, é possível chegar a melhores decisões até no que diz respeito ao isolamento dos catarinenses.

Como funciona

Os dados de acompanhamento dos casos são gerados todos os dias pela Secretaria de Saúde. A evolução dos sintomas nos cidadãos é coletada, em tempo real, por meio do sistema de triagem online.

O Ciasc é responsável por gerenciar uma base que também recebe dados dos hospitais, centros de saúde, cemitérios e crematórios. 

Por fim, os dados são georreferenciados e podem ser visualizados sobre bases cartográficas, imagens de satélites e sobre os mapas de vulnerabilidade e rede de influência das cidades (REGIC).

Mapa de vulnerabilidade

O passo inicial para a construção do sistema foi o mapa de vulnerabilidade dos catarinenses à Covid-19, que levou em conta três medidas: faixa etária com maior probabilidade de internação e taxa mais alta de mortalidade, renda da população e densidade demográfica.

No corte de faixa etária, entrou a população com mais de 45 anos, tanto os que estão mais expostos à contaminação, quanto os casos em que a doença é mais letal. 

No aspecto renda, foi definida como mais vulnerável a população que recebe menos de três salários mínimos.

E, na densidade demográfica, ficou estabelecido que as áreas com maior densidade populacional também são as mais vulneráveis a proliferação de doenças contagiosas.

As áreas indicadas como mais vulneráveis coincidem com aquelas onde houve o maior número de confirmados nos primeiros 40 dias da Covid-19 em Santa Catarina, ou seja, os principais aglomerados urbanos do estado, como a Grande Florianópolis, Itajaí/Balneário Camboriú, Blumenau, Joinville, Criciúma, Lages e Chapecó.