PELO ESTADO ENTREVISTA HÉLIO DAGNONI “Trabalhamos para reduzir ameaças e para promover o crescimento da atividade empresarial em SC"

ENTREVISTA HÉLIO DAGNONI

“Trabalhamos para reduzir ameaças e para promover o crescimento da atividade empresarial em Santa Catarina”

Presidente eleito do Sistema Fecomércio Sesc e Senac assume terça com planos de ampliar o diálogo e fortalecer sindicatos patronais

O empresário Hélio Dagnoni assume terça-feira (9) a presidência do Sistema Fecomércio Sesc e Senac até 2026. A diretoria formada por 41 pessoas representa o setor do comércio de bens, serviços e turismo responsável por 56% do PIB catarinense, conta com 553 mil empresas ativas e gera 754 mil vagas de emprego.

Há 74 anos, a entidade trabalha para reduzir ameaças e promover o crescimento da atividade empresarial. Mantém relação estreita e atenta com o Parlamento nacional e estadual. Só em 2021, a Fecomércio e sindicatos filiados atuaram em mais de 200 projetos de leis reduzindo em R$ 422 milhões o impacto negativo que teriam sobre o setor, conta Dagnoni atua no associativismo empresarial há pelo menos três décadas.

Ele esteve à frente do Sindicato do Comércio Varejista de Balneário Camboriú (Sindilojas) por 10 anos e presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Balneário Camboriú por quatro anos. No setor do turismo – um dos nortes da futura gestão- já foi secretário municipal de Balneário Camboriú em 2016 e vice-presidente da Fecomércio SC de 2018 a 2022, quando liderou projetos como o Turismo em Movimento e o Disruptur.

Animado com a perspectiva positiva para os próximos meses, Dagnoni aposta que as datas comemorativas como Dia dos Pais no próximo domingo impulsionem as vendas.

Ampliar o diálogo com os diversos segmentos da sociedade catarinense está entre as metas da nova gestão. Ainda este mês, a nova diretoria vai apresentar a Carta do Comércio aos candidatos às Eleições 2022.

Na vice-presidência da Fecomércio SC assume Renato Carvalho, 57 anos, empresário do comércio varejista e atacadista há quase 40 anos. Liderou o Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Criciúma e Região e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de 2005 a 2008, além de ocupar a cadeira de secretário municipal da Fazenda em 2016, na prefeitura de Criciúma.

 

Presidente eleito Hélio Dagnoni

Qual sua expectativa na liderança da Fecomércio SC?

A principal meta da nova diretoria na gestão 2022-2026 é atuar em prol do desenvolvimento das empresas do comércio de bens, de serviços e de turismo no Estado, ampliando o diálogo da Federação com os diversos segmentos da sociedade catarinense. Para isso, precisamos valorizar e fortalecer os sindicatos patronais, que representam e defendem os interesses das categorias e atividades do setor terciário.

Quanto ao Sesc e o Senac, pretendemos ouvir a necessidade dos empresários e dos trabalhadores para que possamos desenvolver as competências de acordo com a demanda da região, promover a competitividade das empresas e proporcionar qualidade de vida para aqueles que fazem o setor funcionar.

 

A Fecomércio SC faz interlocução com parlamentares nos projetos de lei que impactam os setores representados. Como é essa atuação legislativa?

Este é um dos principais eixos de trabalho da Federação, que permite a manutenção de um canal direto e aberto com os parlamentares. A entidade acompanha as sessões nas casas legislativas para monitorar as pautas que podem afetar as empresas e também é acionada pelos parlamentares para desenvolver estudos técnicos, análises de impacto econômico e pareceres.

A entidade trabalha não só para reduzir as ameaças que rondam a atividade empresarial, mas também para oportunizar o seu crescimento. Em 2021, a Fecomércio SC e seus sindicatos filiados atuaram em mais de 200 projetos de lei que impactavam o setor e, se não estivesse presente, certamente trariam prejuízos graves para as empresas. A economia foi de R$ 422 milhões por conta desta atuação em projetos de leis desfavoráveis ou com impactos negativos no setor.

 

Quais as demandas que o setor oferece aos candidatos? As principais?

Neste mês de agosto, a Fecomércio SC lançará a Carta do Comércio, um documento que pontua os principais gargalos e obstáculos para a atividade empresarial. Esses dados sinalizam as demandas que devem ser priorizadas nos próximos quatro anos e serão apresentados aos candidatos antes das eleições.  Entre os pontos citados, estão a complexidade e a alta carga tributária, o custo e o acesso ao crédito, qualificação da mão de obra e melhoria da infraestrutura rodoviária.

No cenário nacional, esperamos que as reformas estruturantes avancem e que possam adequar o tamanho do Estado, de maneira que ele seja mais eficiente na prestação de seus serviços. A reforma administrativa e a tributária são prementes para o nosso futuro.

 

Com a pandemia, as pessoas deixaram de viajar. Principalmente ao exterior. Olhando agora que as coisas voltam à normalidade, quais foram os principais resultados? Santa Catarina conseguiu absorver o turista que deixou de ir para fora? E agora, na pós-pandemia, como o setor tem crescido? Quais são os grandes eixos de turismo hoje?

O turismo foi um dos setores mais afetados pelas restrições impostas pela pandemia da
Covid-19. No entanto, tem reagido rapidamente à retomada da normalidade. A temporada de verão 2021/2022 já deu mostras desta recuperação e também o setor de eventos, dando vazão à demanda reprimida. Ao que tudo indica, a temporada de inverno na Serra Catarinense está sendo um sucesso.

O trade turístico de Santa Catarina se preparou durante a pandemia com investimentos e novos equipamentos turísticos, por isso espera-se uma recuperação rápida e consistente, atraindo turistas de dentro e de fora do Estado.

O Estado conta com uma grande diversidade turística, belezas naturais (praias, serras e vales), uma grande rede para o turismo de eventos, equipamentos de turismo gastronômico, enoturismo, ecoturismo e turismo de aventuras. Portanto, os eixos que mais se destacam são o turismo de lazer, de eventos e de experiências.

 

Como os setores de comércio e serviços têm se portado? A redução do poder de compra tem afetado o consumo das famílias? Com o Estado em pleno emprego, quais são as expectativas para este segundo semestre?

O setor de comércio e serviço continua apresentando crescimento em 2022 e se destacando no cenário nacional na geração de postos de trabalho, com o quinto melhor desempenho. Nosso setor criou cerca de 55% dos novos postos de trabalho no Estado no ano, condição que gera renda e maior consumo das famílias.

A perspectiva para os próximos meses é positiva, com a manutenção das vendas do comércio motivadas pela desaceleração dos preços e medidas de expansão de renda das famílias, como a ampliação do Auxílio Brasil.

As próximas datas comemorativas, como Dia dos Pais, Black Friday e Natal, devem impulsionar as vendas do comércio. Para o Dia dos Pais, no segundo domingo de agosto, esperamos crescimento de 11,9% na intenção de compras, condição que reforça a tendência positiva.

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