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Entrevista: Altair Silva, Secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural

 

Altair Silva (PP) celebrou neste fim de semana uma de suas maiores conquistas à frente da Secretaria da Agricultura: o lançamento oficial do programa estadual de Internet Rural. Há 14 meses no cargo, enumera ações em variadas frentes, desde recursos históricos para o Terra Boa até a elaboração de políticas permanentes para o combate à estiagem. Mas a internet de fibra ótica para o interior dos municípios tem um valor especial, por ser uma aposta sua concretizada em prazo curto e em tamanho sem precedentes no Brasil.

Ao lado do governador Carlos Moisés, a quem admira e com quem estabeleceu uma grande amizade, Altair esteve no domingo em Vargeão para consolidar um esforço que lhe exigiu idas e vindas a Brasília, reuniões com a Celesc, apoio em um projeto de lei estadual, tudo para preservar e aumentar o protagonismo catarinense no agronegócio.

“A agricultura tem se modernizado e o agronegócio tem passado por profundas transformações, com investimentos em automação e novas tecnologias para a produção. Construímos um projeto para levar a internet de fibra ótica para o interior do estado, uma mudança que irá revolucionar a educação e a forma de fazer agricultura em Santa Catarina”, afirma o secretário nesta entrevista exclusiva. Confira os principais trechos:

 

Qual a importância e como foi o caminho para concretizar o programa de Internet Rural?

 

Trata-se de uma iniciativa pioneira da internet, algo sem precedentes no país inteiro, com mais de R$ 100 milhões de aporte. O evento em Vargeão neste domingo concretiza um programa que vai trazer nova vida aos produtores, um estímulo para o conhecimento e para a inovação. Ao lado do governador Carlos Moisés, um grande parceiro, o sentimento é de orgulho e dever cumprido, embora ainda tenhamos muitas etapas pela frente. O apoio e a liderança do governador têm sido essenciais para a gestão de nossas ações, que culminam com o feito celebrado agora. Levar internet de qualidade ao campo é uma grande ação de Estado, com a qual vamos gerar uma revolução no agro catarinense, aumentando a atratividade do meio rural, dando possibilidades de escolha e estudos para os jovens agricultores.

 

Quais outros projetos o senhor destaca durante sua gestão na Secretaria da Agricultura e da Pesca?

 

São muitos. Somados, representam aportes históricos do governo estadual na agricultura catarinense. Temos orgulho de integrar uma frente de esforços que uniu a Bancada do Oeste na Assembleia Legislativa, a secretaria e o empenho pessoal do governador Carlos Moisés. Entre os inúmeros programas, estamos destinando por exemplo R$ 105 milhões para o Terra Boa, a fim de apoiar o agricultor na aquisição de sementes, melhoria de pastagens e do solo. Dentro disso, pelo segundo ano consecutivo, apoiaremos o plantio de cereais de inverno, e desta vez com o dobro de recursos: serão R$ 10 milhões em investimentos, utilizados para incentivar os produtores, que poderão inovar e cultivar suas áreas também no inverno, já que não podemos depender totalmente do milho para fabricação de ração ou produção de silagem. É importante diversificar o cultivo, trazendo mais renda para os produtores e mais competitividade para as cadeias produtivas de carnes e leite instaladas no estado. No Prosolo e Água, foram mais de R$ 75 milhões no ano passado em incentivos á captação, armazenagem e distribuição de água. E é claro que também temos a pesca. O setor pesqueiro recebeu recursos históricos. O SC Mais Pesca já viabilizou investimentos de R$ 28 milhões na execução de 42 projetos de implantação ou reforma de infraestruturas de apoio à pesca artesanal em 29 municípios. Foram beneficiadas 25 mil famílias de pescadores em mais de 330 comunidades pesqueiras.

 

A regularização fundiária também teve destaque, não?

 

Sim, trata-se de algo importantíssimo. É um ato importante e que transforma a realidade da agricultura local. Com o comprometimento e apoio das lideranças municipais, fizemos e estamos fazendo uma série de reuniões nas comunidades rurais com esse objetivo. A legalização dos imóveis é um sonho antigo de muitas famílias, que poderão  finalmente acessar as políticas públicas e modernizar a sua propriedade. Com o Programa Terra Legal, a Secretaria da Agricultura fornece o georreferenciamento necessário para que os produtores regularizem seus imóveis. De posse do documento, o produtor dá início ao processo para conquistar a escritura da terra. Nesses últimos meses, foram investidos mais de R$ 11 milhões no Programa Terra Legal, permitindo a 42 mil famílias catarinenses receberem a documentação necessária para legalizar suas propriedades.

 

Um dos principais problemas na agricultura catarinense é a estiagem. O que a Secretaria tem desenvolvido para enfrentamento deste problema?

 

Estamos criando políticas públicas de Estado para fazer uma frente permanente de combate à estiagem. Já foram anunciados R$ 300 milhões em três anos, quantia que vem sendo acrescida de novas verbas graças a uma interlocução positiva com os deputados da Assembleia Legislativa. Esse esforço conjunto, a várias mãos, tem sido fundamental para transformarmos a política agrícola no aspecto da estiagem. O governo do Estado já garantiu, por exemplo, R$ 1,7 bilhão para a infraestrutura de saneamento, sendo R$ 630 milhões destinados a ampliar a captação, tratamento, distribuição e reserva de água para o Oeste, região mais castigada pela falta de chuvas. Os deputados que integram a Bancada do Oeste são grandes parceiros e faço questão de reforçar essa união, de maneira que conseguimos atuar atacando realmente o problema, sem deixar que questões políticas ou partidárias se misturem. Enquanto colocamos em prática ações emergenciais, também elaboramos em conjunto uma visão de longo prazo.

 

Os deputados sugeriram criar um orçamento exclusivo para a Agricultura, a exemplo do que já acontece para os setores de educação e segurança. O senhor também defende essa proposta?

 

Sim, é algo importante em um estado que vive do agro. Estamos falando de um setor que gera 30% do Produto Interno Bruto catarinense e responde por mais de 70% das nossas exportações. A secretaria da Agricultura, a Epagri e a Cidasc estão em todas as regiões. Então é claro que um orçamento para as políticas públicas do setor ajudaria a organizar os investimentos de longo prazo.

 

O senhor retorna à Assembleia Legislativa no mês de abril. Pretende concorrer à reeleição ou a deputado federal?

 

Volto à Assembleia, onde seguirei atuando em favor dos catarinenses, na agricultura e em todas as áreas. Nossa intenção é concorrer à reeleição como deputado estadual, já que há um trabalho importante a ser consolidado. Tenho raízes fincadas no Oeste, onde aprendi muito na política, mas nasci em Major Gercino, portanto também tenho sempre dedicado uma atenção especial à região de São João Batista e ao vale do Rio Tijucas. Mas no último ano, percorrendo todo o Estado, tive a felicidade de contribuir e ser bem acolhido em todas as regiões. Não há canto de Santa Catarina que não tenha sido beneficiado com políticas públicas na agricultura, por meio do aporte de recursos ou entrega de maquinários. Aprendi a fazer política com os pés no chão e a mente focada no melhor interesse público. Encontrei parceiros e verdadeiros amigos em todos os municípios. Líderes realmente vocacionados e comprometidos com o melhor para sua gente. Isso é algo que renova e estimula.

 

Já há um substituto definido para a Secretaria?

 

É uma escolha que cabe ao governador Carlos Moisés, com quem estamos bem alinhados a fim de ter alguém que garanta a continuidade das políticas até aqui implantadas.

 

Qual a avaliação que o senhor faz do quadro eleitoral em Santa Catarina para as eleições deste ano? Defende qual aliança?

 

Penso que algumas definições ficarão mais claras nos próximos dias, enquanto o quadro geral mesmo será definido mais próximo das convenções partidárias. O Progressistas (PP) é um partido forte, com uma base grande e que tem crescido muito. Embora já tenha uma relevância histórica em Santa Catarina, vem ganhando ainda mais musculatura. Então é claro que o PP terá protagonismo na formação de alianças. Estou convicto de que estaremos ao lado do melhor projeto para Santa Catarina.

 

Qual a avaliação que o senhor faz da gestão do governador Carlos Moisés?

 

O governador é um homem de bem, que tem feito um grande trabalho por Santa Catarina. Pessoalmente, tenho uma relação muito boa, uma grande admiração e também um sentimento de gratidão. Não há como não ver o comprometimento do governador com seu Estado, por meio de políticas que chegam diretamente aos municípios. Tenho orgulho de fazer parte de sua gestão e poder contribuir com Santa Catarina.