Novo ciclone passa por SC na próxima semana

Na próxima semana, um sistema de baixa pressão se desloca sobre o Rio Grande do Sul, desde o oeste de Santa Catarina, em direção ao mar. Na costa, ele deve se intensificar causando um novo ciclone extratropical no estado. O sistema deve provocar chuva especialmente do Oeste ao Sul, nas áres próximas à divisa com o Rio Grande do Sul.

As rajadas de vento devem atingir de 60 a 80 km/h na terça e também na quarta-feira, 8. O ciclone também favorece ventos mais intensos no litoral catarinense, com aumento na agitação do mar.

Apesar da previsão de ventos mais intensos, este evento não deve apresentar a mesma magnitude do ciclone bomba. Segundo meteorologistas da Epagri, ciclones extratropicais são frequentes na costa sul do Brasil, causando alagamentos e ressacas, especialmente entre abril e setembro. 

Em média, nessa época do ano, dois a três ciclones, em cada mês, se formam no litoral do Uruguai e Sul do Brasil, influenciando as condições do tempo.

A meteorologista da Epatri, Marilene de Lima, explicao fenômeno. Assista ao vídeo.

Levantamento da Epagri calcula prejuízos do Ciclone Bomba

Um levantamento preliminar da Epagri mostrou que mais da metade dos municípios catarinenses tiveram famílias rurais ou pesqueiras afetadas pelo ciclone bomba. As perdas foram sentidas principalmente na pecuária, olericultura, fruticultura, tabaco, reflorestamentos e flores ornamentais. 

O vendaval também danificou as culturas de inverno e sua infraestrutura geral, com destelhamentos de residências e galpões, além de bloqueio de estradas. A pesca teve afundamento de embarcações e danos aos cultivos de moluscos.

Bovinocultura de leite

A bovinocultura de leite enfrentou problemas relacionados à falta de energia elétrica, como dificuldades para esfriar o produto, fazer a ordenha e captar água. O setor também foi afetado com danos em estábulos, cercas e queda de árvores, que impediram a coleta do leite.

Bovinocultura de corte

Na bovinocultura de corte, os principais danos foram em estruturas, cercas, saleiros e estábulos. A suinocultura e a avicultura sofreram com destruição de estruturas e falta de energia para acionar os alimentadores, a captação de água e a ventilação. Na piscicultura, a falta de energia impediu acionamento de aeradores e alimentadores.

Olericultura

Na olericultura, os produtores rurais sofreram danos em abrigos protegidos e nos cultivos em geral. A cultura do tabaco enfrentou tombamento de plantas em lavouras mais adiantadas e cobertura arrancada em canteiros protegidos. Nas áreas de reflorestamento, os principais problemas foram com quebra ou tombamento de árvores nos cultivos.

Pomares

Os pomares de maçã tiveram suas coberturas de tele antigranizo arrancadas pelo vento, além de destelhamentos e danos em câmaras frigoríficas de armazenagem de frutas e de mudas. Os bananais tiveram plantas tombadas e desfolhadas, além de galpões de classificação destelhados e danificados. O levantamento da Epagri identificou perdas de 20 a 100% nos cultivos de banana e palmito no Litoral Norte do Estado. As culturas de inverno foram prejudicadas com acamamento.

Residências rurais

Além de prejuízos nos cultivos, o levantamento da Epagri também aponta perdas na infraestrutura e residências do meio rural. Foram identificados danos, totais ou parciais, de casas, galpões para maquinários, depósitos temporários e galpões de classificação de frutas e olerícolas. Destelhamentos, quedas de árvores, bloqueios de estradas e danos à rede elétrica também aparecem no relatório.

O levantamento foi feito pelos extensionistas da Epagri em parceria com as Defesas Civis municipais para embasar ações de reconstrução. A Epagri está orientado os produtores que têm cultivos financiados via Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a acessarem o Programa de Garantia de Atividade Agropecuária (Proagro).

Inciativa do governo federal, o Proagro garante o pagamento de financiamentos rurais de custeio agrícola quando a lavoura amparada tiver sua receita reduzida por causa de eventos climáticos ou pragas e doenças sem controle.