Eduardo Moreira: "O consenso tem que ser tentado"

Logo depois de receber a confirmação do deputado federal Carlos Chiodini que concorrerá à presidência do MDB-SC, caso o senador Dário Berger abra mão da candidatura, a Coluna Pelo Estado procurou o ex-governador Eduardo Pinho Moreira, também ex-presidente do partido, para saber o que pensa desse novo movimento. E se seria ou não candidato. A resposta veio rápida e contundente: “Não sou e não serei candidato”, afirmou, ao adiantar que vai se dedicar a fortalecer o MDB de Criciúma e região Sul do estado. Ele está na Europa e chegará a Santa Catarina duas semanas antes da convenção, marcada para o dia 1º de junho. É o tempo que terá para construir o desejado e, ao que parece, cada vez mais distante consenso. “Tem que ser tentado. Eu ajudarei nesse sentido.” Há pouco mais de uma semana, quando participou de reunião da Executiva estadual, em Florianópolis, Moreira procurou todos os principais nomes colocados para comandar o MDB catarinense. Avalia que o deputado estadual Fernando Krelling, indicado pela bancada do partido na Assembleia, é “um belo nome, testado e aprovado nas urnas” e reconhece que seria uma bem-vinda renovação. “Mas acho que é um nome importante na política do Norte do estado e potencial candidato a prefeito de Joinville. Deve se concentrar lá”, opinou. O ex-governador disse que procurou o senador Dário Berger “várias vezes por telefone, WhatsApp e pessoalmente, na reunião do MDB”, sem obter resposta. A conclusão de Moreira é a de que não há interesse da parte de Berger, uma vez que este ficou de fazer contado e não fez. Durante a mesma reunião, o deputado federal Celso Maldaner foi o único a colocar o nome à disposição do partido. E também conversou à parte com Moreira. “Eu liguei e ele prontamente atendeu”, contou, comparando com a resposta não recebida da parte de Berger. “É o que o MDB precisa: acesso aos seus líderes, principalmente seu presidente. Nesse quesito o Celso dá um banho e também trabalha onde o MDB é forte, pequenos e médios municípios”, completou. Ao comentar sobre a manifestação do deputado Chiodini, o ex-governador foi direto: “Ele pode esperar”.

 

E a bancada?

Eduardo Moreira conversou com a reportagem da Coluna pelo WhatsApp, enquanto esperava o começo do jogo Tottenham x Ajax (que terminou em 1 a 0 para o holandês Ajax). Fez até uma selfie, ao lado. E não evitou responder nenhum dos assuntos colocados. Outro tema foi a situação da bancada, dividida entre sete deputados de um lado e dois do outro. Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa têm se mantido afastados desde que colocaram seus nomes para a presidência da Assembleia, mas não receberam o apoio de seus pares. Chegou a ser divulgado, via assessoria do partido, que Moreira os procuraria para tentar uma reconciliação. Só que a conversa acabou não acontecendo. “Não conversei. Até porque é assunto pra resolver na própria bancada. O partido MDB nunca faltou aos dois – Cobalchini e Sopelsa – e vice versa. E já viveram momentos muito piores. Acho que eles devem encontrar o próprio caminho. Foi o que eu disse à bancada e ao líder Vampiro. Não devem trazer o assunto ao partido.”

(Matéria e foto-legenda da Coluna Pelo Estado de 01e02/05/2019. A coluna completa está em www.scportais.com.br/colunista)